sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Mais um.


Roberto era daqueles caras certinhos. Se você chegasse na casa dele, era tudo no lugar.Tudo. Roupa, sapato, livros. Nunca teve filhos. Vivia para o trabalho, família, amigos,uma namorada aqui, outra lá. Mas nada de casórios ou noivados. Contraditório! Homens, hoje em dia, que não tem filho nem mulher, não é certinho. Quem já viu? (esteriótipos ridículos)
Ele,quando podia, depois do trabalho, saía com os amigos. Todos bebiam muito. Era bom se divertir com o efeito do álcool no organismo. Mas, Roberto não. Se divertia era com as conversas dos amigos. Aquelas conversas de bêbados, que não tem fim sabe?
Era jornalista.Na verdade, escritor. Não gostava muito de sua profissão . O que gostava de fazer mesmo era escrever. Falar aos papéis o que nem ele mesmo conseguia entender. Falar sobre aquele sentimento ali guardado.
Quanto à família, saiu cedo de casa. Foi ter sua liberdade, suas coisas, sua vida. Mas nunca deixou de agradecer sempre tudo que seus pais fizeram. Nunca saiu da linha dos seus costumes. Criado por uma família conservadora, sem diálogos, onde o respeito se via no olhar.
Entretanto,chegou o dia em que seus escritos não cabiam mais no papel, seus costumes não condiziam com suas vontades e sua razão se contradizia com sua emoção. Então saiu pelas ruas, foi olhar as pessoas, os carros,enfim..a noite. Parou em um bar que atrás só se via o mar e na frente, só prédios. Pediu uma cerveja.

- Só um copo, senhor? - perguntou o garçom
- sim - respondeu ele

Após, mais ou menos, umas 10 garrafas de cerveja..

-Amigo! Tem cigarro aí? - perguntou Roberto. Ele que nunca fumou.
-Tem,senhor! Toma! -respondeu o garçom
-Não, amigo. São dois. O outro levarei para uma pessoa. Quem sabe assim ela me dê uma chance. - respondeu o escritor.

Nenhum comentário: